Casa do Bárrio
Informação não tratada arquivisticamente.
Nível de descrição
Fundo
Código de referência
PT/MPTL/ACB-MP
Tipo de título
Atribuído
Título
Casa do Bárrio
Datas de produção
1602-02-07
a
1954
Dimensão e suporte
7746 documentos
Extensões
30876 Páginas
1 Livro
Entidade detentora
Arquivo Municipal de Ponte de Lima
Produtor
Casa do Bárrio
História administrativa/biográfica/familiar
A Casa do Bárrio foi adquirida no ano de 1807 por Francisco José de Matos Prego, casado que foi com Maria Rosa de Sousa e Silva, através da arrematação feita aos bens que foram do Capitão João de Sousa Caldas de Matos, nomeadamente da morada de casas, chamada de Bárrio, e de todas as suas pertenças (campos lavradios, vinha, latas, árvores, montados...).No entanto, a casa sede de família Matos Prego era inicialmente na Casa de Arrifana, tendo só depois sido juntada a Casa do Bárrio, cuja edificação terminou em 1727, e, mais tarde, a da Caravana, todas situadas na freguesia de Moreira do Lima. Eram constituídas pela casa de habitação da família, casas de caseiros, dependências com cortes de gado, adega, celeiro, arrecadação de alfaias, eira e lagares de vinho e de azeite. Em geral tinham quinta murada sobre si, com latadas de uvas de diversas castas, campos de milho de sequeiro e de regadio, e cultivo de outros cereais e de feijão, o campo das hortaliças, as árvores de fruto e, pegadas a elas, em elevação de terreno, o pinhal, e mais ao longe no monte ou montes da aldeia a coutada ou coutadas, onde se roçava o tojo e nasciam carvalhos, sobreiros e outras árvores.Segundo a tradição dizia, apascentavam os Matos Prego na Coutada do Bárrio centenas de cabeças de gado ovelhum, que além do seu rendimento em lãs e crias produziam valioso adubo para o cultivo das terras.Esta família esteve associada a operações comerciais e de armadores de navios, exportando pelo porto de Viana principalmente para o Brasil, mas também para as colónias espanholas da América do Sul e para a Holanda, como consta de vários documentos que se encontram neste arquivo da Casa do Bárrio.As exportações eram constituídas principalmente por vinho, aguardente e frutas. Em retorno vinham madeiras de construções e muitas delas próprias para mobiliário.Associada à prosperidade da família Matos Prego, que rapidamente passaram de modestos proprietários rurais da Casa da Arrifana para os ricos senhores da Casa do Bárrio, estão os elevados preços que obtinham para os produtos agrícolas vendidos em terras distantes, o comércio de madeiras exóticas e a participação na exploração dos navios que se encarregaram destes movimentos comerciais. Porém, a família não se limitou somente à exportação. Por intermédio de casas comerciais com sede em Ponte de Lima e em Viana do Castelo e em cujos capitais tinham participação maior ou menos, vendiam diretamente os produtos agrícolas, aumentando assim os lucros que delas se auferiam.Com estes benefícios agrícolas, comerciais e marítimos, os Matos Prego aumentaram consideravelmente os seus rendimentos e puderam melhorar bastante os seus campos e as suas casas.
Fonte imediata de aquisição ou transferência
Auto de doação assinado entre o Município de Ponte de Lima e o proprietário do Arquivo da Casa do Bárrio, senhor Dr. José Norton, em 17 de maio de 2016.
Sistema de organização
Organizado segundo o modelo sistémico. Por séries e ordenado cronologicamente dentro das mesmas.
Instrumentos de pesquisa
Disponível no Sítio Web e no Portal Português de Arquivos.
Notas de publicação
Referência bibliográficaMatos, Rita Mendes Norton - A família Norton de Mattos: aspecto político e social duma família portuguesa. Ponte de Lima, 1953.
Referência bibliográficaCasa Norton de Matos - Sentença cível de arrematação a favor do arrematante Francisco José de Matos Prego, CNM_00075.